Eu entendo
o
fim de um relacionamento como um luto e como num luto, existe dor, às vezes uma
dor que parece ser maior do que se poderia suportar. E dor quase sempre é
significado de sofrimento.
Todos sabemos que as pessoas são diferentes umas das outras,
portanto, é natural que as pessoas vejam/sintam o mesmo evento de forma
totalmente diferente. Mas, também sabemos que por mais diferentes que sejamos
uns dos outros, que todos nós, bem ou mal, sentimos o fim de um relacionamento.
E nesse caso não importa quem deu causa ou mesmo quem tomou a iniciativa do
rompimento, todo fim encerra a morte de algum sonho, o fechamento de uma
história, ainda que prematuramente, e impõe um novo (re)começo. E recomeçar nem
sempre é fácil!
Nesse meio-tempo, que pode durar uma eternidade, a depender de
como as pessoas lidam com a situação, é quase certo que se envolva em
pensamentos recorrentes sobre porque não deu certo, quem foi o culpado, o que
há de errado consigo. Elocubrações que sinceramente não levarão ninguém a lugar
nenhum. Isso porque queimar neurônios (e esfacelar o coração) com pensamentos
dessa natureza não vai reverter a situação, tampouco significar menos sofrimento
e menos ainda te permitir seguir adiante.
Penso que é o caso de admitir que a responsabilidade pelo
desfecho da história pertence aos dois envolvidos, a cada qual com seus
respectivos comportamentos, ações/omissões, silêncio ou palavras desnecessárias.
Se não existe uma linguagem comum, um objetivo comum, o resultado só pode ser o
descompasso, a ausência de entendimento e, pasme!, isso nem sempre é sinônimo
de falta de amor. Isso pode significar – não como regra - que as pessoas estão
em momentos de vidas diferentes e é perfeitamente natural, nesse caso, que não
consigam afinar o ritmo e a harmonia (se em algum momento existiu) se perde de
vez...
Agora, uma coisa é certa, por mais amor que se sinta pelo outro,
o único amor que nunca pode deixar de ser, que nunca pode deixar de existir é o
amor-próprio! Cabe então sopesar se a relação a dois lhe traz mais chateação do
que alegria, e se for assim mesmo, é preciso entender que é o momento de seguir
em frente, sem ressentimentos, sem mágoas...
Não estou dizendo com isso que se deva atropelar os sentimentos,
ao contrário, é importante permitir-se sentir toda a dor que aflorar nesse
momento, permitir-se ter o tempo necessário para curar o coração, chorar as
lágrimas que vão lavar a alma e prepará-la para um novo começo, que por certo,
mais cedo ou mais tarde, virá! Porém, é preciso reconhecer a dor e entender que
é possível viver (e bem!) apesar de ela ainda existir e isso é feito
abastecendo-se com o carinho da família, cercando-se de amigos queridos e
divertidos, fazendo coisas que te tragam prazer, elevam sua auto-estima e te
deixam com um baita alto-astral! Então, pratique o desapego! Desapego da
dor, do sofrimento, do outro... e concentre-se em tudo o que deseja viver num
relacionamento pleno de amor, sintonia e respeito. Esse deve ser o
foco!
Já dizia Shakti Gawain (escritora e guru espiritual): “O
relacionamento é uma das mais poderosas ferramentas para o crescimento.”
Sendo assim, ao invés de focar em todos os vários motivos pelos quais
“não deu certo”, que tal reconhecer a oportunidade de aprendizado, reconhecer
todas as coisas que foi possível assimilar com essa experiência, identificar o
quão diferente você saiu da história (e melhor, acredite) e,
principalmente, reverenciar o seu parceiro de aprendizado, a alma amorosa que
se dispôs a partilhar com você esses momentos de crescimento, de aprendizado,
e, porque não (?), de sincera felicidade. Colhemos sempre o que
plantamos, convém ter isso em mente!
E antes que eu me esqueça: não há dor que insista eternamente! E
sim, o sofrimento é opcional! Permita-se se surpreender!! :o)
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