sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional?!





Eu entendo o  fim de um relacionamento como um luto e como num luto, existe dor, às vezes uma dor que parece ser maior do que se poderia suportar. E dor quase sempre é significado de sofrimento. 

Todos sabemos que as pessoas são diferentes umas das outras, portanto, é natural que as pessoas vejam/sintam o mesmo evento de forma totalmente diferente. Mas, também sabemos que por mais diferentes que sejamos uns dos outros, que todos nós, bem ou mal, sentimos o fim de um relacionamento. E nesse caso não importa quem deu causa ou mesmo quem tomou a iniciativa do rompimento, todo fim encerra a morte de algum sonho, o fechamento de uma história, ainda que prematuramente, e impõe um novo (re)começo. E recomeçar nem sempre é fácil!

Nesse meio-tempo, que pode durar uma eternidade, a depender de como as pessoas lidam com a situação, é quase certo que se envolva em pensamentos recorrentes sobre porque não deu certo, quem foi o culpado, o que há de errado consigo. Elocubrações que sinceramente não levarão ninguém a lugar nenhum. Isso porque queimar neurônios (e esfacelar o coração) com pensamentos dessa natureza não vai reverter a situação, tampouco significar menos sofrimento e menos ainda te permitir seguir adiante. 

Penso que é o caso de admitir que a responsabilidade pelo desfecho da história pertence aos dois envolvidos, a cada qual com  seus respectivos comportamentos, ações/omissões, silêncio ou palavras desnecessárias. Se não existe uma linguagem comum, um objetivo comum, o resultado só pode ser o descompasso, a ausência de entendimento e, pasme!, isso nem sempre é sinônimo de falta de amor. Isso pode significar – não como regra - que as pessoas estão em momentos de vidas diferentes e é perfeitamente natural, nesse caso, que não consigam afinar o ritmo e a harmonia (se em algum momento existiu) se perde de vez... 

Agora, uma coisa é certa, por mais amor que se sinta pelo outro, o único amor que nunca pode deixar de ser, que nunca pode deixar de existir é o amor-próprio! Cabe então sopesar se a relação a dois lhe traz mais chateação do que alegria, e se for assim mesmo, é preciso entender que é o momento de seguir em frente, sem ressentimentos, sem mágoas... 

Não estou dizendo com isso que se deva atropelar os sentimentos, ao contrário, é importante permitir-se sentir toda a dor que aflorar nesse momento, permitir-se ter o tempo necessário para curar o coração, chorar as lágrimas que vão lavar a alma e prepará-la para um novo começo, que por certo, mais cedo ou mais tarde, virá! Porém, é preciso reconhecer a dor e entender que é possível viver (e bem!) apesar de ela ainda existir e isso é feito abastecendo-se com o carinho da família, cercando-se de amigos queridos e divertidos, fazendo coisas que te tragam prazer, elevam sua auto-estima e te deixam com um baita alto-astral!  Então, pratique o desapego! Desapego da dor, do sofrimento, do outro... e concentre-se em tudo o que deseja viver num relacionamento pleno de amor, sintonia  e respeito. Esse deve ser o foco! 

Já dizia Shakti Gawain (escritora e guru espiritual): “O relacionamento é uma das mais poderosas ferramentas para o crescimento.”  Sendo assim, ao invés de focar em todos os vários motivos pelos quais “não deu certo”, que tal reconhecer a oportunidade de aprendizado, reconhecer todas as coisas que foi possível assimilar com essa experiência, identificar o quão diferente você saiu da história (e melhor, acredite) e, principalmente, reverenciar o seu parceiro de aprendizado, a alma amorosa que se dispôs a partilhar com você esses momentos de crescimento, de aprendizado, e, porque não (?),  de sincera felicidade. Colhemos sempre o que plantamos,  convém ter isso em mente! 

E antes que eu me esqueça: não há dor que insista eternamente! E sim, o sofrimento é opcional! Permita-se se surpreender!! :o)

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